quinta-feira, 17 de junho de 2010
CONHEÇA-TE A TI MESMO
(Casio Abreu)
José era um homem de muita fé. Rezava o Credo, o Pai Nosso, a Ave Maria, o Terço e uma oração a seu santo de devoção todos os dias, pois, tinha necessidade de confessar a Deus e a si mesmo essa fé. Não perdia uma Missa aos domingos. Quando não rezava, sentia-se desprotegido, desamparado, inseguro. Infelizmente, isso tinha se tornado apenas mais uma rotina em sua vida como muitas outras coisas. Um dia, porém, "caiu a ficha".
Pela graça de Deus José começou a perceber que, mais importante do que aquelas orações diárias era o modo como ele vivia a sua fé, a sua postura diante da vida. Aquelas práticas e orações, como estavam sendo feitas, automaticamente, tinham se tornado uma superstição na vida de José. E, superstição e fé madura não andam juntas. Uma nega e anula a outra. Como superar, então, essas superstições? José perguntou a si mesmo.
Superar as superstições é chegar à maturidade da fé. É tarefa para quem quer se conhecer e, assim, encontrar a Deus. O autoconhecimento é um dos muitos caminhos para se chegar a Deus, é algo importante para a nossa vida e para os que estão à nossa volta. Porém, não podemos ter medo de nos conhecer, de nos encontrar, de saber quem e o que somos.
Quando tomarmos a decisão de sair nessa cruzada vamos desbravar caminhos interiores nunca percorridos, descobrir defeitos, limites, traumas, pecados e medos. Mas, como estamos tratando de crescimento espiritual, maturidade, vamos perceber que, com a graça de Deus, podemos superar tudo e, então, nos tornaremos pessoas realmente livres. Se tivermos coragem para enfrentar nossa realidade e mudar nossas atitudes, poderemos transformar nossa vida e a vida de outras pessoas. Temos uma capacidade de adaptação e de enfrentamento de dificuldades imensamente maiores do que imaginamos. E, se nos conhecermos melhor, sabermos que tipo de "inimigo" estamos enfrentando, tudo será mais fácil e menos doloroso.
Descobriremos, também, tesouros muito bem escondidos e desconhecidos: qualidades, talentos e dons pessoais, nossa capacidade de amar e perdoar, a alegria e a paz interior, as certezas de nossa fé, a grandeza de Deus que habita em nosso coração, a capacidade de nos desprendermos das "coisas do mundo", a maturidade, uma vida rica espiritualmente, enfim, a vida plena e abundante que o próprio Deus nos prometeu (João 10, 10).
Portanto, vamos entender: a oração pessoal, a devoção e o modo como vivemos nossa fé são muito importantes. Mas, tudo isso vai ter seu valor diminuído se nossa a vida, o nosso dia-a-dia não for feito de atitudes concretas e coerentes com a nossa fé, com a doutrina da nossa Igreja. Todo o meu ser, meu pensamento, comportamento, gestos e atitudes têm de estar na mesma sintonia da fé que eu professo. Todo o meu ser, corpo e espírito, deve estar "sintonizado" em Deus. Só assim poderemos crescer, amadurecer e "aparecer" para nós mesmos. Então, o que era superstição desaparecerá e a relação com Deus e com os irmãos será plena, rica e abundante. Como Sócrates ensinava a seus discípulos: "Conheça-te a Ti mesmo".
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