quinta-feira, 17 de junho de 2010
Eu fui escolhida
vejam só que maneira linda de mostrar amor!!
Susan Alexander Yates e Allison Yates Gaskins
Chegara a hora de dormir e eu não estava muito disposta a ir para a cama. Sabia que mamãe alisaria os lençóis e se deitaria a meu lado. Eu me aconchegaria em seus braços, e ela acariciaria meus cabelos dizendo que eu era uma criança bastante especial e muito amada. Se não fosse tarde, e mamãe não estivesse cansada demais, eu ouviria A História antes de orarmos juntas.
Eu nunca me cansava de ouvi-la contar A História. Tratava-se de uma história muito especial, porque era sobre minha vida. Fui uma criança adotada. Mamãe começava a história assim:
- Durante muito tempo, seu pai e eu sempre quisemos ter um bebê. Oramos continuamente para que eu ficasse grávida e tivesse um bebê. Mas, depois de vários anos sem que isso acontecesse, começamos a compreender que Deus tinha algo melhor para nós. Ele decidiu que nos daria um bebê muito especial - um bebê cuja mãe não tivesse condições de cuidar dele. Deus queria que os pais daquele bebê fossem tão especiais quanto o próprio bebê. Adivinhe quem era aquele bebê especial? Você!
- Mamãe, conte mais sobre o dia em que você me adotou.
- Bem, Tucker - ela prosseguia -, aquele foi o dia mais feliz da minha vida! Tudo começou quando o telefone tocou e uma voz do outro lado da linha disse: "Sra. Freeman, seu bebê acabou de nascer. É uma linda menina. A senhora gostaria de vê-la?"
- Liguei para seu pai no escritório. Ele veio correndo para casa e fomos rapidamente até o hospital. A princípio, ficamos do outro lado do vidro onde estavam todos os bebês recém-nascidos, olhando firme para eles, tentando adivinhar qual era você! Depois de percorrermos com os olhos todos os bercinhos, lá estava você na última fileira. Você virou a cabeça, olhou para nós e pareceu sorrir!
- Não víamos a hora de levá-la para casa e apresentá-la à nossa família e aos amigos. Quando chegamos em frente ao portão, havia uma "multidão" de amigos com presentes nas mãos, ansiosos por conhecer nosso bebê. Você tem sido uma benção para nós. A melhor coisa que seu pai e eu fizemos na vida foi adotar você!
Mamãe empolgava-se todas as vezes que contava A História. Nunca se cansava de repetí-la, e eu nunca me cansava de ouví-la. Desde o início, ela me fez sentir que ser adotada era uma coisa muito especial e que eu havia sido escolhida. Quando eu estava no sétimo mês de gravidez, minha mãe veio visitar-me em um daqueles dias em que eu me sentia extremamente desconfortável. O bebê não parava de chutar. Enquanto eu gemia e levava a mão ao ventre, minha mãe disse:
- Deve ser uma coisa maravilhosa sentir o chute de um bebê na barriga.
De repente, eu me dei conta de que minha mãe nunca sentira um bebê no útero.
- Mãe - eu disse -, coloque as mãos em minha barriga. Quero que você sinta a sua neta.
A expressão de alegria estampada no rosto de minha mãe enquanto ela sentia a neta dar pontapés dentro de meu útero foi preciosa demais para mim. Compreendi que tinha condições de oferecer à minha mãe uma dádiva que ela nunca pôde sentir pessoalmente. Ela me deu tantos presentes ao longo da vida, e, finalmente, eu pude repartir um momento tão especial com ela. Com carinho,
"Vida é deixar-se envolver.
É entregar-se ao momento, à sensação,ao sentimento.
Vida é abandonar-se sem medo.
Vida é gritar bem alto, deixando vir de dentro a alegria de estar amando...
Assumir de corpo inteiro e não só no pensamento.
Vida é amar sem medo."
(Léa Waider) Colaboração: Helenice
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