domingo, 28 de março de 2010
Busco no momento além da parceria com empresas, parcerias também com grupos de terceira idade, os motivos são inúmeros :
Tato e idade
I - Como o idoso é visto na sociedade
Segundo o ciclo natural da vida, as pessoas nascem, crescem, amadurecem, reproduzem, envelhecem e morrem.
Este ciclo faz parte da natureza e não podemos mudá-lo. Porém, embora sendo uma realidade as pessoas não aceitam seu próprio envelhecimento, tem medo, insegurança, causados, principalmente, pelas limitações físicas e problemas relacionados à saúde .
além de desejarem morrerem jovens, a maioria das pessoas também não valoriza os idoso, esquecem-se o quanto é rica e preciosa a bagagem que eles carregam e o quanto os idosos podem oferecer ao mundo utilizando-se de suas experiências de vida.
A sociedade, de um modo geral, cultua o jovem, e é estimulada por uma indústria bilionária que colabora para afastar as pessoas umas das outras.
O termo "envelhecer" não é o ideal para a definição da situação de "amadurecimento" que as pessoas idosas alcançam. Nesta fase da vida elas também podem manter e desenvolver um espírito jovem e aperfeiçoado.
II- O que ocorre fisiologicamente com as pessoas idosas
A região do corpo humano onde os sinais mais evidentes de envelhecimento se manifestam é a pele.
Com a idade a pele das pessoas enruga, adquire manchas, sofre alterações de pigmentação, perde a elasticidade, resseca, além de que as terminações nervosas táteis sofrerem diversas alterações fisiológicas, o que resulta entre outros numa diminuição do sentido tátil e da capacidade de reação aos estímulos de dor.
Apesar de aparente perda da grande sensibilidade nas palmas das mãos, como se as mãos não tivessem mais a capacidade de transmitir e receber informações como no passado, as necessidades táteis das pessoas não se reduzem com a idade, pelo contrário, parecem aumentar.
Devido ao fato de que as nulheres, principalmente no mundo ocidental, serem culturalmente mais estimuladas a tocar as pessoas - pois podem naturalmente abraçar os membros da família e as amigas por exemplo, enquanto os homens sofrem severas restrições e buscam, por isto, de maneira muito intensa o contato físico através do sexo - os homens, quando chegam à velhice e se deparam com a capacidade sexual reduzida, sua necessidade tátil e muito mais forte.
III - Os idosos necessitam "o único toque de amor"
Quando chegam à velhice, tanto homens que voltaram a depender dos outros, quanto mulheres, necessitam muito do carinho das pessoas, necessitam de grandes e calorosos abraços, de serem acariciados com mãos de quem quer transmitir amor.
E eles, por sua vez, querem poder retribuir todo o carinho, amor e atenção recebidos.
Os idosos precisam de muito carinho, de muito toque, para manterem viva a auto-estima e a auto-confiança; para não se esquecerem que um espírito não tem idade, e que o segredo para manter um espírito jovem e um corpo saúdavel e não deixar a "criança interior" que habita cada um de nós, morrer.
Por isso, o dever de qualquer jovem é amparar os idoso, dedicar parte de seu tempo a eles, ouvindo suas histórias e experiências de vida, dando-lhe a devida atenção; fazendo-lhes carinho, tocando-os com amor.
É de conhecimento geral no âmbito profissional, que jovens estudantes de enfermagem tendem a evitar tocar pacientes idosos e especialmente os que sofrem de doenças agudas. Entendo que tocar, como acontecimento terapêutico, não é simples quanto a um procedimento mecânico, ou uma droga, porque, acima de tudo, é um ato de comunicação. Sugiro, com base em minhas observações ao longo de mais de 5 mil atendimentos que: " o uso do toque e da proximidade física pode ser a maneira, mais importante de entrar em comunicação com uma pessoa agudamente enferma, transmitindo-lhe a noção do que é importante como ser humano e que a sua recuperação está diretamente relacionada à sua própria vontade de melhorar".
Os idosos têm também dificuldades de audição, visão, mobilidade e vitalidade, o que podem fazê-los sentir-se desamparados e vulneráveis, porém, " é por meio do envolvimento emocional do tato que se consegue atravessar a distância até o isolado ancião e comunicar-lhe amor, confiança, afeto, e calor humano.
Diante desdes fatos podemos considerar que um terapêuta, com todos os seus conhecimentos técnicos, aliado ao amor fraterno e ao carinho, tem muito a contribuir para a melhora da qualidade de vida dos idosos,
além de levar o toque terapêutico para aqueles mais próximos de seu convívio, é possível estabelecer parcerias com clínicas e grupos de terceira idade, hospitais, além de atendimentos voluntários a asilos e casas de repouso.
Nunca se pode esquecer que toda forma de caridade deve começar dentro de casa, Se temos pais com mais idade, avós, tios e amigos a nosso redor temos a obrigação de enxergá-los, respeitá-los e valorizá-los.
IV - Deixo aqui uma homenagem a essas pessoas tão maravilhos que nos passam tanta sabedoria, o poema inglês de donna Swanson, estraído do livro imagens, Mulheres em transição, "Lembranças de Minnie", uma expressão eloquente quanto à necessidade do idoso pelo "toque de amor":
“Deus, minhas mãos estão velhas. Nunca disse isto antes em voz alta. Mas estão. Antes eu sentia tanto orgulho delas. Eram macias como a maciez aveludada de um pêssego firme e maduro. Sua maciez agora é mais como a dos lençóis velhos ou das folhas murchas. Quando foi que mãos esguias e graciosas como aquelas tornaram-se estas garras encolhidas e recurvadas? Quando, Deus?Aqui pousam elas em meu colo, Lembranças cruas deste desgastado corpo que me serviu tão bem! Quanto tempo faz desde a última vez em que alguém me tocou? Vinte anos? Há vinte anos sou viúva. Respeitada, Objeto de sorrisos. Nunca porém tocada. Nunca trazida para tão perto que a solidão se dissipasse. Lembro do modo como minha mãe costumava me segurar, Deus. Quando estava com minha carne ou meu espírito doendo, ela me puxava para muito perto de si, alisava meu cabelo sedoso, e acariciava-me nas costas, com o calor de suas mãos. Oh, Deus, estou Deus, estou tão só! Lembro-me do primeiro rapaz que me beijou. Éramos os dois tão inexperientes! Sabor de lábios juvenis e pipoca, sensação íntima de mistérios por virem. Lembro-me de Hank e dos bebês De que outro jeito posso me lembrar deles senão juntos?Das desajeitadas e ávidas tentativas de amantes novos brotaram os bebês. E conforme cresciam, crescia nosso amor. E, Deus, Hank parecia não se importar Que meu corpo tivesse perdido um pouco do seu brilho e elasticidade. Ele ainda o amava. E o tocava. E não importávamos por não estarmos mais tão lindos. E as crianças abraçavam-me tanto. Oh, Deus, estou sozinha. Deus, porque não criamos as crianças para serem tolas e afetuosas assim como dignas e adequadas? Sabe, elas fazem o que devem. Dirigem seus belos carros, vêm até meu quarto em sinal de respeito. Sua conversa é animada, recordam-se mas não me tocam. Chamam-me ‘Mamãe’, ‘Mãe’ ou Vovó’ Minnie, jamais. Minha mãe chamava-me Minnie. Meus amigos também, Hank me chamava também de Minnie. Estes porém já se foram. Como Minnie, que se foi. Só Vovó restou, Deus! E como ela está só!.”
V - como esta a situação do idoso hoje no Brasil
Segundo a revista Veja - edição 11/maio/2005, a faixa da população que mais cresce mundo é a de idosos
No Brasil a experência de vida ultrapassa os 70 anos, o que representa mais que o dobro da média mundial em 1900. A estimativa é que para 2050 a população acima de 65 anos seja equivalente ao número de crianças com idade de até 14 anos.
De olho nesta turma a chamada "terceira idade" já existem produtos direcionados a atendê-los. Um exemplo é o turismo. Agências com pacotes direcionados para pessoas acima de 60 anos.
Outras entidades como o Sesc nas grandes cidades, prefeituras de cidades menores - com os centros de convivência do idoso, entidades privadas como por exemplo o
Banco Real como o programa talentos da maturidade. oferecem opções de lazer, cultura e integração social para os idosos.
Precisamos incentivar os idosos a usufruírem daquilo que têm direito e estarem cada vez mais integrados na sociedade de forma saúdavel.
I - Como o idoso é visto na sociedade
Segundo o ciclo natural da vida, as pessoas nascem, crescem, amadurecem, reproduzem, envelhecem e morrem.
Este ciclo faz parte da natureza e não podemos mudá-lo. Porém, embora sendo uma realidade as pessoas não aceitam seu próprio envelhecimento, tem medo, insegurança, causados, principalmente, pelas limitações físicas e problemas relacionados à saúde .
além de desejarem morrerem jovens, a maioria das pessoas também não valoriza os idoso, esquecem-se o quanto é rica e preciosa a bagagem que eles carregam e o quanto os idosos podem oferecer ao mundo utilizando-se de suas experiências de vida.
A sociedade, de um modo geral, cultua o jovem, e é estimulada por uma indústria bilionária que colabora para afastar as pessoas umas das outras.
O termo "envelhecer" não é o ideal para a definição da situação de "amadurecimento" que as pessoas idosas alcançam. Nesta fase da vida elas também podem manter e desenvolver um espírito jovem e aperfeiçoado.
II- O que ocorre fisiologicamente com as pessoas idosas
A região do corpo humano onde os sinais mais evidentes de envelhecimento se manifestam é a pele.
Com a idade a pele das pessoas enruga, adquire manchas, sofre alterações de pigmentação, perde a elasticidade, resseca, além de que as terminações nervosas táteis sofrerem diversas alterações fisiológicas, o que resulta entre outros numa diminuição do sentido tátil e da capacidade de reação aos estímulos de dor.
Apesar de aparente perda da grande sensibilidade nas palmas das mãos, como se as mãos não tivessem mais a capacidade de transmitir e receber informações como no passado, as necessidades táteis das pessoas não se reduzem com a idade, pelo contrário, parecem aumentar.
Devido ao fato de que as nulheres, principalmente no mundo ocidental, serem culturalmente mais estimuladas a tocar as pessoas - pois podem naturalmente abraçar os membros da família e as amigas por exemplo, enquanto os homens sofrem severas restrições e buscam, por isto, de maneira muito intensa o contato físico através do sexo - os homens, quando chegam à velhice e se deparam com a capacidade sexual reduzida, sua necessidade tátil e muito mais forte.
III - Os idosos necessitam "o único toque de amor"
Quando chegam à velhice, tanto homens que voltaram a depender dos outros, quanto mulheres, necessitam muito do carinho das pessoas, necessitam de grandes e calorosos abraços, de serem acariciados com mãos de quem quer transmitir amor.
E eles, por sua vez, querem poder retribuir todo o carinho, amor e atenção recebidos.
Os idosos precisam de muito carinho, de muito toque, para manterem viva a auto-estima e a auto-confiança; para não se esquecerem que um espírito não tem idade, e que o segredo para manter um espírito jovem e um corpo saúdavel e não deixar a "criança interior" que habita cada um de nós, morrer.
Por isso, o dever de qualquer jovem é amparar os idoso, dedicar parte de seu tempo a eles, ouvindo suas histórias e experiências de vida, dando-lhe a devida atenção; fazendo-lhes carinho, tocando-os com amor.
É de conhecimento geral no âmbito profissional, que jovens estudantes de enfermagem tendem a evitar tocar pacientes idosos e especialmente os que sofrem de doenças agudas. Entendo que tocar, como acontecimento terapêutico, não é simples quanto a um procedimento mecânico, ou uma droga, porque, acima de tudo, é um ato de comunicação. Sugiro, com base em minhas observações ao longo de mais de 5 mil atendimentos que: " o uso do toque e da proximidade física pode ser a maneira, mais importante de entrar em comunicação com uma pessoa agudamente enferma, transmitindo-lhe a noção do que é importante como ser humano e que a sua recuperação está diretamente relacionada à sua própria vontade de melhorar".
Os idosos têm também dificuldades de audição, visão, mobilidade e vitalidade, o que podem fazê-los sentir-se desamparados e vulneráveis, porém, " é por meio do envolvimento emocional do tato que se consegue atravessar a distância até o isolado ancião e comunicar-lhe amor, confiança, afeto, e calor humano.
Diante desdes fatos podemos considerar que um terapêuta, com todos os seus conhecimentos técnicos, aliado ao amor fraterno e ao carinho, tem muito a contribuir para a melhora da qualidade de vida dos idosos,
além de levar o toque terapêutico para aqueles mais próximos de seu convívio, é possível estabelecer parcerias com clínicas e grupos de terceira idade, hospitais, além de atendimentos voluntários a asilos e casas de repouso.
Nunca se pode esquecer que toda forma de caridade deve começar dentro de casa, Se temos pais com mais idade, avós, tios e amigos a nosso redor temos a obrigação de enxergá-los, respeitá-los e valorizá-los.
IV - Deixo aqui uma homenagem a essas pessoas tão maravilhos que nos passam tanta sabedoria, o poema inglês de donna Swanson, estraído do livro imagens, Mulheres em transição, "Lembranças de Minnie", uma expressão eloquente quanto à necessidade do idoso pelo "toque de amor":
“Deus, minhas mãos estão velhas. Nunca disse isto antes em voz alta. Mas estão. Antes eu sentia tanto orgulho delas. Eram macias como a maciez aveludada de um pêssego firme e maduro. Sua maciez agora é mais como a dos lençóis velhos ou das folhas murchas. Quando foi que mãos esguias e graciosas como aquelas tornaram-se estas garras encolhidas e recurvadas? Quando, Deus?Aqui pousam elas em meu colo, Lembranças cruas deste desgastado corpo que me serviu tão bem! Quanto tempo faz desde a última vez em que alguém me tocou? Vinte anos? Há vinte anos sou viúva. Respeitada, Objeto de sorrisos. Nunca porém tocada. Nunca trazida para tão perto que a solidão se dissipasse. Lembro do modo como minha mãe costumava me segurar, Deus. Quando estava com minha carne ou meu espírito doendo, ela me puxava para muito perto de si, alisava meu cabelo sedoso, e acariciava-me nas costas, com o calor de suas mãos. Oh, Deus, estou Deus, estou tão só! Lembro-me do primeiro rapaz que me beijou. Éramos os dois tão inexperientes! Sabor de lábios juvenis e pipoca, sensação íntima de mistérios por virem. Lembro-me de Hank e dos bebês De que outro jeito posso me lembrar deles senão juntos?Das desajeitadas e ávidas tentativas de amantes novos brotaram os bebês. E conforme cresciam, crescia nosso amor. E, Deus, Hank parecia não se importar Que meu corpo tivesse perdido um pouco do seu brilho e elasticidade. Ele ainda o amava. E o tocava. E não importávamos por não estarmos mais tão lindos. E as crianças abraçavam-me tanto. Oh, Deus, estou sozinha. Deus, porque não criamos as crianças para serem tolas e afetuosas assim como dignas e adequadas? Sabe, elas fazem o que devem. Dirigem seus belos carros, vêm até meu quarto em sinal de respeito. Sua conversa é animada, recordam-se mas não me tocam. Chamam-me ‘Mamãe’, ‘Mãe’ ou Vovó’ Minnie, jamais. Minha mãe chamava-me Minnie. Meus amigos também, Hank me chamava também de Minnie. Estes porém já se foram. Como Minnie, que se foi. Só Vovó restou, Deus! E como ela está só!.”
V - como esta a situação do idoso hoje no Brasil
Segundo a revista Veja - edição 11/maio/2005, a faixa da população que mais cresce mundo é a de idosos
No Brasil a experência de vida ultrapassa os 70 anos, o que representa mais que o dobro da média mundial em 1900. A estimativa é que para 2050 a população acima de 65 anos seja equivalente ao número de crianças com idade de até 14 anos.
De olho nesta turma a chamada "terceira idade" já existem produtos direcionados a atendê-los. Um exemplo é o turismo. Agências com pacotes direcionados para pessoas acima de 60 anos.
Outras entidades como o Sesc nas grandes cidades, prefeituras de cidades menores - com os centros de convivência do idoso, entidades privadas como por exemplo o
Banco Real como o programa talentos da maturidade. oferecem opções de lazer, cultura e integração social para os idosos.
Precisamos incentivar os idosos a usufruírem daquilo que têm direito e estarem cada vez mais integrados na sociedade de forma saúdavel.
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