sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Cada um é cada um
PONTOS DE VISTA
Um dia, cinco alunos foram submetidos a uma experiência curiosa. Todos, de olhos vendados, foram conduzidos para perto de um animal a fim de identificarem suas características. O primeiro passou vagarosamente as mãos nas orelhas do bicho e falou convicto: é algo espalhado, como um tapete. O segundo aproximou-se, esticou o braço, pegou na tromba e exclamou: é uma coisa comprida e redonda, deve ser uma jibóia. Tocando demoradamente uma das pernas do animal, o terceiro falou um tanto exaltado: isto não é um animal, é um tronco de árvore. O quarto aluno apalpou por várias vezes uma das presas e disse: ah! isto não é um tronco, mas sim uma lança, muito pontiaguda. O quinto e último, por sua vez, exclamou com segurança tocando o rabo do animal: definitivamente isto é apenas uma corda muito fina! E porque não entrassem num acordo, os alunos começaram uma discussão acalorada. Afinal, todos eles haviam tocado o animal com as próprias mãos, e por esse motivo, cada um tinha seu próprio ponto de vista. Para acalmar os ânimos, o professor falou com firmeza:
Cada um de vocês está certo, mas cada um está errado também. Todos querem defender o seu ponto de vista mas não querem admitir que o outro possa estar com uma parcela da verdade. Ato contínuo, tirou as vendas dos jovens e todos puderam contemplar o enorme elefante e perceber que todas as opiniões tinham seus fundamentos. Grande parte dos desentendimentos entre as pessoas, na vivência diária, é resultado de cada um defender o seu ponto de vista sem se permitir ver as coisas sob o ponto de vista do outro. Todos querem ter razão, sem abrir mão da sua verdade. No entanto, tudo seria mais fácil se admitíssemos a possibilidade de o outro estar certo.As pessoas são individualidades que trazem consigo possibilidades muito próprias no entendimento de coisas e situações. Por essa razão, não podemos exigir que os outros vejam com os nossos olhos, nem que pensem com a nossa mente. Se todos compreendêssemos esses detalhes importantes na vida de relação, certamente evitaríamos grande parcela de dissabores e discussões inúteis. Pense nisso!
Todas as flores são flores, mas o gerânio não tem as características do cravo e nem a rosa as da violeta. Todos os frutos são frutos, mas a laranja não guarda semelhança com a pêra. Além disso, cada flor tem o seu perfume original, tanto quanto cada fruto não amadurece fora da época prevista. Assim também é com as criaturas. Cada pessoa respira em faixa diversa de evolução. É justo que nos detenhamos na companhia daqueles que sentem e pensam como nós, entretanto, é caridade não violentar a cabeça daqueles que não comungam das nossas idéias.
Pensemos nisso!
Livro das Virtudes II, Os cegos e o elefante, pág. 175, e no livro Ceifa de Luz, cap. 3
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