quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Juiz que viveu em favela dá exemplo de transformação social
Meu blog tem outro foco, mas sempre que me deparo com exemplos como esse, não consigo deixar passar sem prestar uma pequena homenagem, deixando registrado o quanto é bom ver pessoas de bem, que são movidas por amor e honestidade fazendo a coisa acontecer em benefício dos mais necessitados e não vivendo inertes as custas do seu status e do dinheiro público, além de como é lindo uma pessoa nunca negar suas origens e mostrar que quem tem vontade e Deus no coração chega no topo do Mundo! parabéns! Sr. Juiz João Gandini o senhor é um HOMEM, UM CIDADÃO! QUE PRATICA CIDADANIA NA CONCEPÇÃO DA PALAVRA! Paulo Tisi
João Gandini recebeu o prêmio Innovare, que reconhece importância de práticas que melhoram o funcionamento da Justiça.
Um degrau de cada vez para promover a justiça. Existem iniciativas em comunidades carentes que tiveram muito êxito. Um juiz de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, mostra como é possível tornar a Justiça mais eficiente. Para isso, ele saiu do conforto do gabinete e descobriu maneiras de melhorar a vida de moradores de favelas da cidade. Pela ação, ele recebeu o prêmio Innovare, que reconhece a importância de práticas que melhoram o funcionamento da Justiça.
Foi em uma comunidade que João Gandini viveu a infância e parte da adolescência, antes de ir para São Paulo ganhar a vida como sorveteiro e catador de papelão.
Há quatro anos, ele decidiu deixar o gabinete, fotografou as 34 favelas de Ribeirão Preto e os problemas: falta de saneamento básico, moradias em área de risco, gente vivendo em péssimas condições e decidiu agir.
"Havia uma motivação pessoal, porque eu vivia uma realidade próxima a essa na minha infância e juventude. Havia a necessidade de resgatar esse passado", conta o magistrado.
O juiz reuniu aliados. Primeiro, os próprios moradores, que apontaram os problemas; depois, prefeitura e empresas. O projeto reurbanizou 12 favelas e melhorou a vida de 2,5 mil famílias. Aos poucos, a favela foi sofrendo uma transformação radical. Em vez de barracos, casas. No lugar da vergonha, dignidade.
"Ele pergunta para gente o que mais vai vir de benefícios para a comunidade. Hoje a gente sente que a autoestima está em elevação e a cidadania também", conta a líder comunitária Vera Silva.
Há três anos, a rua era bem diferente: era de terra e não havia iluminação. O projeto trouxe asfalto, calçada, energia elétrica e água para todas as casas da comunidade. Agora, pelas ruas, podem passar os carros dos moradores, ambulância, ônibus e caminhões com mudança.
A vida mudou mesmo e não deixou saudade: "Era uma coisa doida, se chovesse, tinha que desistir, ou tinha que levar o sapato na bolsa", lembra a professora Shirlei Camargo
Mudou também o endereço de Juventino de Jesus. Hoje ele mora em uma das 102 casas destinadas aos moradores da favela: "A gente queria realizar o sonho da gente, que como de todo trabalhador é ter uma casa", diz o serviço gerais.
O juiz quer seguir em frente: "Nós fizemos várias parcerias com as igrejas, com os clubes de serviço, com a universidade, no sentido de dar assessoria aos moradores para que esses projetos alcançassem as famílias, promover o ser humano enquanto família. Na medida em que se faz isso, e não apenas age na questão física, você tira a pessoa da miséria, da indignidade e ela ganha cidadania".
Quem decidiu ficar, quer uma casa mais bonita e o direito de ter um endereço de cidadão: "Agora é Jardim Monte Alegre", diz um morador.
As cem famílias beneficiadas na primeira etapa do projeto também ganharam geladeira, fogão e chuveiro elétrico, graças a uma parceria que o juiz fez com a iniciativa privada. O prêmio Innovare será entregue nesta quinta-feira (17), em Brasília.
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